Quem não tem ou ao menos não teve um animalzinho de estimação? Um cachorro, um gato, um peixe, um canarinho ou até mesmo um ratinho? Acho bem difícil quem diga que não. Seja na infância ou na idade adulta, a paixão da grande maioria dos homens pelos animais é inegável! Essa relação de proximidade dos homens com os animais é algo que remonta milhares de anos e surge no momento em que o homem percebeu que se cuidasse do animal, criasse condições para sua sobrevivência em ambientes protegidos e limitados por ele, o animal poderia lhe trazer algum tipo de benefício, como fornecimento de carne, leite, ovos, força para o trabalho em lavouras, no transporte de cargas... E por aí vai.
Porém essa relação não se limitou ao interesse em algo ou em algum tipo de benefício fornecido pelo animal. O sentimentalismo humano, fez com que esse passasse a cuidar de algumas espécies de animais sem nenhum tipo de interesse direto, tornando-os um amigo, companheiro ou apenas tendo-o por admiração de sua beleza. Eu diria que exatamente nesse ponto, inicia-se um problema bastante sério! Temos uma das mais belas e variadas faunas do planeta. São milhares de espécies de aves, mamíferos, entre outros animais, de exuberante beleza, que encantam os olhos de quem os vê.
O fato é que, o homem não se contenta apenas em admirar, orgulhar-se e proteger esses seres. Não! Ele quer tê-los perto, quer observá-los em suas casas, não importa o esforço necessário que deverá ser empregado nisso. Sabendo-se disso, o homem passa e capturar da natureza todo tipo de animal que cause encanto e admiração e, como se não bastasse, faz disso um comércio. A isso se dá o nome de tráfico de animais silvestres, algo gravíssimo, considerado crime ambiental em nosso país, e que coloca em risco a diversidade de vida do nosso planeta.
Engana-se quem acha que apenas pegar o “bicho” na natureza, para criá-lo, sem comercializá-lo, está imune a isso. Comete crime do mesmo jeito, apenas sob outras condições, e está sujeito às penalidades da legislação ambiental brasileira, além de colaborar para a destruição dessas espécies. A urbanização, as queimadas, a invasão dos ambientes naturais é algo que por si só, dizima milhões de exemplares das mais variadas espécies. A retirada de animais da natureza pelo homem, somada a isso, é mais um agravante para levar as espécies à extinção.
Como exemplo disso, podemos citar a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), animal de rara beleza, que devido ao tráfico de animais e à destruição progressiva do seu habitat está desaparecendo do planeta, tendo sido observada na natureza pela última vez por volta do ano de 2001 e restando hoje, pouco mais de 70 indivíduos criados em cativeiros. Outro exemplo é o mico-leão-dourado (Leontopithecus Rosália), que pela destruição de seu habitat natural, a mata atlântica, e pela caça para o tráfico também se encontra entre os animais ameaçados de extinção. Tucanos, periquitos, maritacas, sagüis...
São inúmeros os animais selvagens que o homem costuma capturar, para satisfazer um capricho desmotivado e sem fundamento, fazendo com que a ameaça sobre esses seres indefesos cresça, assim como cresce o risco de entrarem em extinção. Se você admira os animais, se fica maravilhado com sua forma, sua beleza, seu canto, apenas ame-os e ajude a protegê-los. Retirá-los da natureza é um ato de crueldade e de desrespeito.