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Foto do escritorRedação

Abdução em Motuca


Motuca era apenas um vilarejo na década de 60. Nesta época, entre os moradores, era comum ouvir histórias de extraterrestres e disco voadores. O terreno atrás do cemitério, onde hoje existem quadras esportivas, era apontado por muitos como o ponto de pouso dos óvnis.

Certa vez, um cidadão respeitado na sociedade, depois de ouvir a conversa de dois amigos numa noite de bebedeira, resolveu conferir se o que falavam era realmente verdade. Bebeu mais umas cinco pinguinhas para dar coragem e partiu cambaleando até o local.

Sacanas, os dois amigos combinaram de pregar uma peça. Pegaram vários objetos e correram para chegar antes. Subiram em cima do Favero, que até hoje revela imponência aos olhos atentos de quem passa próximo ao cemitério, e aguardaram com paciência o cidadão.

Quando ele chegou, começaram a piscar faroletes e a fazer barulho com uma matraca.“Venha conosco para o espaço”, falou um deles, pausadamente e com a vóz trêmula.

Crente de que se tratava de ETs, depois de mijar nas calças, afastou-se vagarosamente e, chegando a certa distância, correu como nunca até a sua casa.

Algumas horas depois, ainda espantado, o cidadão resolveu ir ao bar relatar o acontecido aos dois amigos, que ao vê-lo com a calça molhada caíram na gargalhada.

Desconfiando da falcatrua, ele pegou um taco de sinuca que estava próximo e partiu para cima dos dois. “Seus desgraçados... agora sou eu quem vai mandá-los para o espaço”, gritava, enquanto tentava alcançá-los pela praça da matriz.

Porém, apesar da brincadeira dos dois amigos, ainda hoje há quem jure de pés juntos que já viu disco voador naquele local.


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