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Foto do escritorRedação

Sexo na idade média


O período medieval foi um dos mais conservadores de que se tem notícia com o surgimento da igreja católica e seu papel civilizador e moralizador pairando sobre boa parte do mundo ocidental. Quanto ao sexo, tudo o que era relacionado a ele passou a ser pecado. O corpo humano era considerado profano e até tomar banho poderia ser considerado um ato libidinoso. Sexo mesmo, só se fosse destinado a procriação.

Em lares mais temerosos a Deus, não era usual o casal ficar nu nem durante o ato sexual! A mulher se cobria com um lençol e um buraco estrategicamente feito no tecido dava conta do recado. A influência da igreja era tão grande que até a posição sexual era ela quem ditava. Somente a tradicional "papai e mamãe". Qualquer coisa além disso era pecado mortal na certa!

A masturbação era totalmente desincentivada e daí surgiram os mitos de que esse ato poderia causar cegueira, loucura e impotência. Já as mulheres que ousavam se tocar, ou estavam tendo um encontro com satã ou tinham sido enfeitiçadas por bruxas. Apesar desses conceitos serem oficiais da igreja, muitos davam lá seu jeitinho para burlar as regras e muita gente caia no 'pecado mortal' sempre que queria!

Os senhores feudais, por exemplo, tinham o direito de terem a primeira noite com qualquer noiva de seu feudo. Ao noivo cabia apenas resignar-se e esperar a sua vez.

Numa época em que os casamentos eram arranjados com finalidades políticas e econômicas, a prostituição floresceu a olhos vistos, afinal, o desejo carnal sempre existiu e já que ele não poderia ser satisfeito com a esposa (a quem só caberia a parte da procriação) nada mais adequado do que pecar com as prostitutas mesmo.

Esse mal era até aceito pela igreja como forma do homem curar suas vontades pecaminosas e voltar para seu lar abençoado (mesmo que voltassem repletos de doenças venéreas). Apesar de mal vistas pela igreja, as prostitutas tinham que doar metade dos seus lucros ao clero sem pestanejar.

A sacanagem também dava seu jeitinho para acontecer. O centro de uma casa nobre era composto pelo casal procriador cercado de filhos ainda solteiros, parentes e agregados. Numa casa repleta de irmãs, primos, cunhadas e outros parentes só podia rolar libertinagem.

Encontros sexuais aconteciam nessa balburdia familiar, mas sempre com discrição, afinal, sexo era pecado, mas um pecado que poderia rolar escondidinho no celeiro, no pomar, no porão...Nada que uma bela penitência não resolvesse a dor na consciência depois.

Mas e o amor e a paquera onde é que ficavam? Na verdade, o amor romântico sempre existiu em várias épocas da humanidade, mas foi na idade média que surgiu o chamado amor cortês, onde um cavaleiro cortejava sua dama a distância.

Nesta paquera o mais excitante era o perigo. Ao cavaleiro apaixonado só restava os olhares furtivos, a posse de uma peça da amada (como um lenço), a discrição e a ânsia de um dia estarem juntos. Mas isso nunca acontecia, pois a mulher quase sempre era casada ou de uma classe social superior. O amor cortês era platônico, ou seja, realizado somente em sonhos. Muitos trovadores cantavam suas paixões pelas ruas da cidade, mas nunca identificando a dama.


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